segunda-feira, 7 de novembro de 2011

OS CABOCLOS



Originalmente, a palavra Caboclo significa mestiço de Branco com Índio mas, na percepção umbandista, refere-se aos indígenas que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na realidade de grande sabedoria. Espíritos que, embora em sua encarnações tenham vivido em outros países, identificam-se espiritualmente na vibração dos Caboclos, como por exemplo, os índios Americanos, os Astecas,  os Maias, os Incas e demais indígenas que povoaram a América do Sul.

Falar em Caboclos na Umbanda, é fazer menção a todos eles que, com denominações diversas, atuam em nossos terreiros e que, com humildade, como muito bem recomenda a espiritualidade, omitem detalhes referentes às suas vidas quando encarnados.
Na Umbanda, os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas virações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não aquela em que ele atua.
Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxóssi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porêm em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes, possuem Vibrações Originais Diferentes, podendo se apresentar sob a Vibração de Ogum, de Xangô, de Oxóssi ou Omulu. Já as Caboclas, podem se apresentar sob as Vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de Nanã.
Não há necessidade da Vibração do Caboclo-guia, coincidir com a do Orixá dono da coroa do médium: o guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um sensitivo que é filho de Oxóssi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxóssi.
 Embora existam diferenças  entre os nomes encontrados por diferentes pesquisadores para as entidades, em relação as suas Vibrações Originais, apresentamos a seguir uma relação que nos parece a mais próxima de uma realidade:


Caboclos de Ogum:

Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço


Caboclos de Xangô:

Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur.


Caboclos de Oxóssi:

Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javari, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul, Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro, Folha Verde,, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas.


Caboclos de Omulu:

Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d'água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.


Caboclas de Iansã:

Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira


Caboclas de Iemanjá:

Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente


Caboclas de Oxum:

Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê


Caboclas de Nanã:

Assucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana, Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquassu


Caboclinhos da Ibeijada:


Nesta querida falange, encontramos os Caboclinhos e Caboclinhas do Mato que se manifestam em sua forma indígena.




A FORÇA DOS PRETOS VELHOS


Pretos-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".


São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda,rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.
São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
Os Pretos Velhos: Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência.
Os Pretos Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:
Pai Joaquim da Bahia
Preto velho vindo da falange da mata geralmente que carrega esse preto velho tem os caminhos do Oxossi , oya e oxum
Preto velho quinbandeiro trabalha desfazendo bruxarias e feitiçarias afastando os espíritos obsessores e curando de doenças na que medicina é mistério .
Trabalha com guiné, arruda , colônia entre outras ervas de descarrego para aliviar as aflições e pertubações .
Trabalha com correntes de limpeza e trazendo paz aos corações aflitos
Salve pai Joaquim da Bahia
Pai Joaquim vem da Bahia da terra de curandeiro  
Pai Joaquim vem da Bahia da terra de curandeiro  
Pai joaquim vem pelas ondas de inhasã ogum e yemanja
Pai joaquim vem pelas ondas de inhasã ogum e yemanja
Pai Joaquim vem do fundo do mar pai Joaquim vem nas ondas do mar
Pai Joaquim vem do fundo do mar pai Joaquim vem nas ondas do mar
As Crianças – chamadas eres, ou ibejis, representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil.
Os Caboclos – onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado.
Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.
 Pretos-Velhos
A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxala(no sincretismo com o catolicismo, Jesus). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.
A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.
Os Pretos Velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões Afro-Brasileiras. O Preto Velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o cachimbo.
Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó, Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana dentre outros.
Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.
Os pontos servem para saudar a presença das entidades, firmar sua força durante os trabalhos espirituais e envolver a todos presentes, mas principalmente aos médius de incorporação, como uma harmonia a ajudá-los a se desligarem para que esta ocorra.
Pontos de preto velho:
Saudação dos Pretos Velhos quando iniciada uma gira
Bate tambor
lá na Angola, bate tambor
Bate tambor
lá na Angola, bate tambor...
Bate tambor, Pai Joaquim*...
Bate tambor, Maria Conga*...
Bate tambor, Pai Mané*...
(* coloca-se o nome dos pretos velhos da casa)
Eu andava perambulando,
sem ter nada p'ra comer
Fui pedir as Santas Almas
Para vir me socorrer
Foi as Almas que me ajudou
Foi as almas que me ajudou
Meu Divino Espírito Santo
Glória Deus, Nosso Senhor
Nessa casa
tem quatro cantos
Cada canto tem um santo
Pai e filho, Espírito Santo
Nessa casa tem 4 cantos...

Quem vem, que vem lá de tão longe?
São os pretos velhos que vem trabalhar
Quem vem, que vem lá de tão longe?
São os pretos velhos que vem trabalhar
Ô da-me forças pelo amor de Deus, meu pai
Ô da-me forças pros trabalhos teus

Zum zum zum
Olha só Jesus quem é
Eu rezo para santas almas
Inimigo cai
Eu fico de pé

O preto por ser preto
Não merece ingratidão
O preto fica branco
Na outra encarnação
No tempo da escravidão
Como o senhor me batia
Eu chamava por Nossa Senhora, Meu Deus!
Como as pancadas doíam

Tira o cipó do caminho,
oi criança
Deixa a vovó atravessar
Tira o cipó do caminho,
oi criança
Deixa a vovó atravessar

A bença Vovô
Quando precisar lhe chamo
A bença Vovô
Quando precisar lhe chamo
Zambi lhe trouxe, Zambi vai lhe levar
Agradeço a toalha de renda de chita de pai Oxalá

Vovô já vai, já vai pra Aruanda...
Abença meu pai, proteção pra nossa banda
Pontos de Pretos Velhos:
Negro está molhado de suor, mas tá feliz porque Deus o libertou (bis);
Ô sinhá sinha, segura a chibata não deixa bater, faz uma prece prá negro morrer, negro não quer mais sofrer (bis);
Ponto p/firmar a gira: Viva Deus, viva a Gloria, viva o rosário de nossa Senhora (bis);
Ponto para benzimentos: Pai João d"angola com sua ternura, sentado no tronco ele benze as criaturas(bis), a estrela de Oxalá seu ponto iluminou, ele é Pai João d"angola ele é nosso protetor;
Ponto de subida de pretos velhos: Já vai pretos velhos subindo pro céu e nossa senhora cobrindo com véu (bis).
A linha de Preto Velho, na Umbanda, são entidades que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina e manipulação de ervas, o qual aplicam frequentemente em sua atuação na Umbanda, porém no Candomblé são considerados Eguns.
Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro (período de trevas no território brasileiro), a linha de preto velho reflete a humildade, a paciência e a perseverança característica da atuação da linha nominada de Yorima, cujo apresenta-se de pés no chão, cachimbo de barro bem rústico, quando não cigarro de palha, café, e um fio de contas de rosários (Lágrima de Nossa Senhora) e cruzes, figas e breves os quais utilizam magisticamente em sua atuação astral.
Os pretos velhos apresentam-se com nomes de individualizam sua atuação, conforme nação ou orixá regente, evidenciando sua atuação propriamente dita.
Os nomes comumente usados são:
  • Pai Joaquim;
  • Pai Francisco;
  • Pai Maneco de Aruanda;
  • Pai João;
  • Pai José;
  • Pai Mané;
  • Pai Antônio;
  • Pai Roberto;
  • Pai Cipriano;
  • Pai Tomaz;
  • Pai Jobim;
  • Pai Roberto;
  • Pai Guiné;
  • Pai Jacó;
  • Pai Benedito;
  • Velho Liberato
  • Rei Congo
ou femininos:
  • Vó Cambinda;
  • Vó Cecília;
  • Vó Maria Conga;
  • Vó Catarina;
  • Vó Ana;
  • Vó Quitéria;
  • Vó Benedita;
  • Vó Cambinda;
  • Vó Minerva;
  • Tia Luiza;
Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram:
  • Congo_ Ex: (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
  • Aruanda_ Ex: (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu);
  • D´Angola_ Ex: (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
  • Matas_ Ex: (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
  • Calunga, Cemitério ou das Almas_ Ex: (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;
Entre diversas outras nominações tais como: _Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc...
Muitos Pretos Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Pretos Velhos. Na gira eles só comem o que for feito de milho como por exemplo:
  • Bolo de milho, pamonha, cural e etc.
"AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO".
Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e... Foram sete.
A Primeira... A estes indiferentes que vem no Terreiro em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber;
A Segunda... A esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam;
A Terceira... Aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar ao semelhante;
A Quarta... Aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma, e não conhecem a palavra gratidão;
A Quinta... Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo;
A Sexta... Aos fúteis, que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam aconchego, conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente;
A Sétima... Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.

ORIXAS DA UMBANDA


Os Orixás não são Deuses como muitas pessoas podem conceber como em outras religiões, mas sim Divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da corrente Nagô) ou Zamby (dentro da corrente Bantu e das correntes sincréticas).

Na UMBANDA (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, ARUANDA,  que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confundindo-se a força da natureza com o próprio Orixá):

Exu: o mensageiro, o ponto de contato entre os Orixás e os seres humanos;

Oxalá: o senhor da força, o senhor do poder da vida.

Oxum: as águas doces;

Iemanjá: a rainha dos peixes das águas salgadas;

Iansã: os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos;

Xangô: a força do trovão e o fogo provocado pelos relâmpagos quando (diz uma lenda que "sem Iansã, Xangô não faz fogo ... ") chegam 'a Terra; 

Ogum ou Ogun: senhor dos caminhos; os desbravador dos caminhos; senhor do ferro; 

Oxossí: o Orixá Odé, o Orixá caçador, senhor da fartura 'a mesa, senhor da caça;

Ossãe: o Orixá das folhas e, sem folhas, nada é possível na Umbada ou no Candomblé; o dono, preservador, das matas e florestas, das folhas medicinais, das ervas de culto;

Obá: a guerreiro, a força da libertade;

Nanã: senhora do lodo, das águas lodosas da junção entre o rio e o mar, fonte de vida, e também senhora da morte;

Obaluayê: "O dono da Terra, o Senhor da Terra"; o Orixá das doenças, senhor dos mortos (pois conta uma lenda que Obaluayê foi o único Orixá que dominou a morte, Iku); é aquele que tira a doença, mas também aquele que dá a doença.

Oxumaré: é o Orixá do arco-íris, um dos pontos de ligação entre o Aye (a Terra) e o Orun (o Céu); também representa a fartura, o bem estar.

A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais, são seus protegidos e uma parte das emanações do próprio Orixá, presentes no Orí ou Camatuê (Cabeça) desses filhos.

Orixá, dentro do culto Umbandista (de uma maneira geral) não são incorporados (não se incorpora o fogo de Xangô, os ventos de Iansã, as águas doces de Oxum ...).  O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os Falangeiros dos Orixás (ou também conhecidos como encantados); ou seja, Espíritos (não reencarnacionais) de grande força espiritual (de grande Luz, como alguns gostam de falar) que trabalham sob as Ordens de um determinado Orixá.

Os Falangeiros são os representantes dos Orixás, e, em muitos casos, a essência dos próprios Orixas manifestada nos médiuns, pois sua força é a emanação pura dos Orixás (ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus “cavalos”, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:






Ogum
Falangeiros de Ogum

·        Ogum Beira-Mar
·        Ogum Megê
·        Ogum Sete Ondas
·        Ogum Sete Espadas
·        Ogum Iara
·        Ogum Matinata
·        Ogum Rompe-Mato




Em algumas ramificações da Religião de Umbanda (nas Umbandas de Caboclo, Umbanda branca, Umbanda esotéria e nas Umbandas voltadas ao Espiritismo ou Kardecismo) que não trabalham diretamente com os Orixás , na forma de Falangeiros de Orixás (não estão ligados a uma corrente africana), o trabalho com os Orixás é feito com os Guias (Espíritos reencarnacionais, pois já tiveram vida corpórea) chamados "Capangueiros de Orixás", ou seja, são Guias (entidades que falam, bebem, fumam, dão consultas ...) que vêm na vibração ou emanação daquele Orixá. Na maioria das vezes, são Caboclos que cumprem essa função e carregam o nome do Orixá junto ao deles, como:

Caboclo Ogum Iara;

Caboclo Ogum Sete Espadas;

Caboclo Ogum Beira-mar;

Caboclo Xangô das Matas;

Caboclo Xangô Sete Pedreiras ...

Existem casos (talvez por isso cause tanta confusão) que os médiuns não colocam a palavra caboclo na frente do nome do Capangueiro, e acaba saindo Ogum Iara, Ogum Sete Espadas, em vez de Caboclo Ogum Iara, Caboclo Ogum Sete Espadas ... Isso confunde as pessoas e elas acabam achando que estão trabalhando com um Orixá, que o Orixá bebe, fuma, dá consultas etc. Porém, o que está se manifestando alí (com grande força e beleza), são Guias, são os Capangueiros.

Então como diferenciar os Falangeiros dos Orixás e os Guias Capangueiros dos Orixás?
É simples. Os Falangeiros dos Orixás não falam, não bebem, não fumam (na grande maioria dos casos), não dão consultas, e estão vinculados à casas de corrente Africana (casas de Umbanda com fundamentos como feitura, camarinha, boris, obrigações, oferendas, cortes ...). Trabalham na harmonização do terreiro, afastando cargas e no desenvolvimento e equilíbrio dos médiuns. Já os Guias Capangueiros dos Orixás dão consultas, fumam, bebem, e falam (interagem) com os assistenciados (e as casas em que trabalham, em sua grande maioria, não estão vinculados à corrente Africana diretamente).
Só lembrando que todos os guias (Pretos-velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Exus / Pombogiras, ...) trabalham sob as ordem de um Orixá e também podem ser considerados como "Capangueiros". A diferença entre eles e os Guias Capangueiros dos Orixás é que eles não carregam em seus nomes o próprio nome do Orixá de trabalho.

Dentro da cultura Afro-brasileira é considerada a existência de uma “vida passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana.

Essa teria sido uma época muito distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás (um estado presencial em forma humana), pois o ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.

Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e representatividade nas forças da natureza.

Em algumas correntes Umbandistas ditas sincréticas há a associações entre Oxalá e Jesus Cristo, entre Santo Antônio e Exu, entre Santa Bárbara e Iansão, entre São Jorge e Ogum ... E isso acabaou virando "uma simbiose Espiritual, uma apropriação simbólica", em que a imagem do Santo Católico apenas representa um Orixá, mas não é o Orixá; é apenas um símbolo, uma referência material e a apropriação da data de comemoração do Santo para se louvar o Orixá. Entendendo assim, que não se "baixa" São Jorge em umo terreiro, não se baixa Santa Bárbara, mas sim, o Orixá, que é representado com a imagem do Santo.
Em alguns terreiros de Umbanda a associação sincrética (não em todos) acabau virando transmutação religiosa. Esses terreiros de Umbanda acreditam que Oxalá é Jesus e utilizam toda uma forma doutrinária voltada ao Cristianismo. Uns até utilizam a Bíblia e, outros, o Evangelho Segundo o Espiritismo em sua doutrina e estudos. Daí acabou surgindo as correntes que se auto denominam como "Umbanda Cristã" ou "Umbandista Cristã".

Os Orixás e seus dias de comemoração (sincretismo Afro-Católico):


Orixá
Sincretizado Como:
Comemoração
Santo Antônio
13 de Junho
Iansã
Santa Barbara
4 de Dezembro
Iemanjá
Nossa Senhora da Glória
15 de Agosto
Nanã
Nossa Senhora de Sant'Anna
26 de Julho
Oba
Joana d'Arc
30 de Maio
Obaluayê
São Roque
16 de Agosto
São Jorge
23 de Abril
Oxalá
Jesus Cristo
25 de Dezembro
Omulu
São Lázaro
17 de Dezembro
Oxossi
São Sebastião
20 de Janeiro
Oxum
Nossa Senhora da Conceição
8 de deDezembro
Oxumaré
São Bartolomeu
24 de Agosto
Xangô
São Jerônimo
30 de Setembro




 O Orixá Exu não é sincretizado como o Diabo Judaico-Cristão. 

Exu não é Diabo e nunca foi. Isso foi uma invenção doentia que ainda macula o bom nome da religião de Umbanda
.

A UMBANDA é dividida em linhas. Cada uma delas com um chefe, um Orixá que a comanda. E cada linha é dividida em falanges:

As 7 Linhas das Umbanda:

As linhas representão os grupamentos dos Orixás e seus falangeiros que atuam dentro da Umbanda.
Não existe uma ortodoxia dentro da Umbanda. Assim, existem diversas representações das 7 linhas, e, em algumas correntes, já citam a possibilidade de existirem não 7, mas 9 linhas, ou mesmo 14 linhas.
Existe um concenso de 5 linhas fixas (Oxalá, Xangô, Ogum, Yemanjá e Oxossi) e duas linhas variáveis que serão ocupadas de acordo com os fundamentos doutrinários oriundos de cada forma doutrinária de Umbanda.

Dentro do trabalho da "Umbanda de pretos-velhos", as linhas assim estão dispostas:

Linha
Orixás componentes à linha
Falangeiros ou falange subordinada
Linha de Oxalá
Todos os Orixás
Guias Flangeiros de Oxalá, guias mais comuns: Pretos-Velhos, Caboclos e Crianças.
Linha de Iemanjá ou Yemanjá

Oxum, Nanã, Obá e Oxumaré
Marinheiros, Sereias, Ondinas, Caboclos de Iemanjá, Falangeiros do Orixá Iemanjá, Guias Falangeiros de Iemanjá.
Linha de Xangô
Iansã
Falangeiros do Orixá Xangô, Guias Falangeiros do Orixá Xang,Caboclos de Xangô, falange do Oriente.
Guias mais comuns: Caboclos e Baianos.
Linha de Ogum

Falangeiros do Orixá Ogum, Guias Falangeiros do Orixá Ogum, Falangeiros em geral.
Linha de Oxossi

Falangeiros do Orixá Oxossi, Guias Falangeiros do Orixá Oxossi, Falangeiros em geral, guias mais comuns: Caboclos, Baoiadeiros e Baianos.
Linha de Almas ou Pretos-Velhos
(Linha Africana ou dos Ancestrais - Babalorixás, Yalorixás, Sacerdotes diversos)
Interagem com a Linha do Orixá Omulu.
Pretos-velhos.
Linha de Omulu
Obaluayê
Pretos-velhos e Caboclos, curadores e mandingueiros,
Exus e Pombogiras.

Outras linhas conhecidas em outras ramificações da Umbanda:

Linha
Linha de Oxalá
Linha de Iemanjá ou Yemanjá
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha de Oxossi
Linha de Yorimá (ou Omulu)
Linha de Yori (Crianças)
Ramificação mais comum de sua utilização: Umbanda esotérica, algumas Umbandas brancas, algumas Umbandas populares.
Linha
Linha de Oxalá
Linha de Iemanjá ou Yemanjá
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha de Oxossi
Linha de São Cipriano (Pretos-velhos)
Linha de Oriente



Ramificação mais comum de sua utilização: algumas Umbandas brancas, algumas Umbandas populares.

As falanges dentro das Linhas

As falanges são formadas por grupos de características iguais chamados guias, assim temos os seguintes grupamentos dentro da Umbanda:
  • Pretos-velhos
  • Caboclos
  • Crianças
  • Boiadeiros
  • Marinheiros
  • Exus
Outras falanges trabalhadas em outras ramificações da Umbanda:
  • Baianos
  • Ciganos
  • Orientais
  • Mineiros